segunda-feira, 16 de março de 2009

O argumento céptico da regressão infinita da justificação: um exemplo

- Não deves limitar-te a decorar as condições de verdade de uma conjunção. Deves tentar compreender porque é que é assim.

- Porquê?

- Porque senão não aprendes realmente. Se só decorares, vais apenas repetir uma coisa que não entendes e provavelmente ao fim de algum tempo esqueces o que memorizaste.

- Como sabes que isso é verdade?

- Já me aconteceu a mim, já aconteceu a muitas outras pessoas…

- Estás a generalizar demasiado. Porque é que o facto de ter acontecido a muitas pessoas significa que me acontecerá a mim?

- Porque o teu cérebro não é certamente muito diferente do cérebro das outras pessoas e…

- Como sabes que não é?

- Bem… Li num livro de Psicologia.

- Como sabes que não está errado?

- Já li a mesma coisa noutros livros e em revistas. Acho que há um certo consenso relativamente a isso entre os especialistas.

- Mas já aconteceu muitas vezes a maioria, ou até a totalidade, dos especialistas estar errada! Pode suceder o mesmo desta vez… Em que te baseias para garantir que não estão enganados em relação a este assunto?

- …

E a conversa podia continuar, a menos que a pessoa que está a falar com o céptico conseguisse apresentar como justificação uma crença realmente básica – capaz de justificar outras crenças mas não necessitando ela própria de uma justificação exterior (devido ao facto de ser completamente evidente e de se auto-justificar).

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