domingo, 4 de dezembro de 2011

Argumento por analogia

analogia entre o código de barras e as prisões

Um argumento por analogia é um argumento não dedutivo, muito frequente na vida quotidiana e na filosofia.

Num argumento por analogia defende-se que, se duas coisas são semelhantes em alguns aspetos, é provável que também sejam semelhantes noutros. Uma das premissas é uma analogia entre duas coisas, ou seja, apresenta semelhanças conhecidas entre elas. Com base nisso infere-se que entre elas devem existir outras semelhanças menos óbvias.

Por exemplo:

O Henrique e o Heitor usam meias e sapatos.
O Heitor é rico.
Logo, o Henrique também é rico.

Este doente tem diarreia, dores abdominais, náuseas, vómitos e anúria. As pessoas com esses sintomas geralmente têm cólera.
Logo, este doente tem cólera.

Os argumentos por analogia têm a seguinte forma lógica (ou outras análogas):

x é como y.
y é A.
Logo, x é A.

Se as semelhanças referidas nas premissas forem numerosas e significativas, e se não existirem diferenças muito relevantes, é improvável que a conclusão seja falsa.

O que sucede com o segundo exemplo apresentado, mas não com o primeiro. Neste as semelhanças são escassas e pouco significativas, pelo que a probabilidade da conclusão ser falsa apesar das premissas serem verdadeiras é elevada. Trata-se, portanto, de um argumento por analogia inválido ou fraco.

(A respeito da validade não dedutiva ver o post Generalizações e previsões.)

Bibliografia:

- Dicionário Escolar de Filosofia, Organização de Aires Almeida - http://www.defnarede.com/
- Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos, direção de João Branquinho e Desidério Murcho, Gradiva, Lisboa, 2001.
- Desidério Murcho, O Lugar da Lógica na Filosofia, Plátano, Lisboa, 2003.

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