quarta-feira, 25 de outubro de 2017

As gerações futuras não são "parvas"

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De acordo com um estudo (cujos resultados foram apresentados recentemente), só os alunos mais fracos manifestam interesse em vir a ser professores. Eu compreendo esta falta de vocação para a "missão" da educação: mal pagos; sem reconhecimento social pela profissão; vítimas de concursos injustos e humilhantes; vítimas das constantes experiências inovadoras dos sucessivos governos (sem que se faça qualquer balanço dos resultados das medidas implementadas); congelados e sem perspetiva de o tempo de serviço vir a ser considerado; sem qualquer perspetiva de reconhecimento objetivo do mérito profissional (ao contrário de outras profissões); alguns deles com maus horários e um número excessivo de níveis; vítimas de uma burocracia diária sem fim (que se prolonga pela noite dentro e nos fins de semana); muitos a fazer quilómetros para receberem no fim do mês...

Ah e, então, o prazer de ensinar? Bem o meu filho mais velho, há anos atrás, quando questionado acerca da profissão futura, disse: "Eu ser professor, achas que sou parvo? Não assisti durante anos à vida que tu e o pai têm?"

Portanto, as gerações futuras não são "parvas", revelam antes inteligência ao procurar fugir do ensino. Eu diria que muitos dos que continuam a ensinar hoje só o fazem porque não têm alternativa. Esta é a triste realidade a que chegamos e que, talvez, merecesse ser alvo de um estudo sério.

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